AS CIDADES DAS PESSOAS E SUAS ALMAS


Há vinte anos trás, quando eu tinha quatorze, quinze anos, deparei-me, durante a minha viagem antiacadêmica e extremamente pessoal pelo mundo da literatura, com o romance Berlin Alexanderplatz, de Alfred Doblin.

Para ser sincero, primeiro o livro não me impressionou muito, cheguei até a acha-lo aborrecido e deixei-o de lado ainda nas primeiras páginas, pensando que não voltaria a lê-lo. Incrível! Eu teria perdido não só uma das mais excitantes e intrigantes experiências que uma obra de arte pode propiciar, como também creio que minha vida teria sido completamente outra, caso eu não tivesse Berlin Alexanderplatz, de Doblin, para sempre na minha cabeça, na minha carne, na minha alma.


Werner Rainer Fassbinder
(em A Anarquia da Fantasia)
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